Melasma são manchas escuras, de cor marrom, que ocorrem principalmente na face, de forma simétrica e bilateral. Os principais locais são a fronte (testa), malares (bochechas), em cima do nariz e suparalabial (buço). Não por coincidência, são áreas de maior exposiçãoo solar na face. Podem aparecer em outras áreas, como braços, mãos, pescoço e colo.
A imensa maioria das pessoas afetadas são mulheres, mas pode ocorrer em homens, sim.
O escurecimento da pele é causado por predisposição genética, exposiçãoo solar cumulativa e fatores hormonais. O melasma é conhecido frequentemente como manchas da gravidez, porque costuma piorar durante a gestação.
Mas, afinal, qual é a origem do melasma?
Exposição solar:
O sol é sempre um gatilho de escurecimento do melasma. Mesmo usando filtros solares potentes, quando uma pessoa se expõe a luz solar, as manchas pioram. E não é só isso. A luz visível também causa piora. Isto que dizer que não necessariamente é só o sol que está implicado no escurecimento das manchas, mas também a claridade.
O sol é também um dos grandes culapdos do envelhecimento da pele. E uma das formas de envelhecimento é a pigmentação. Portanto, o envelhecimento e o melasma estão intimamente relacionados. Prova disto é que dificilmente vemos pacientes com este diagnóstico antes dos 25 anos de idade. Cada vez mais, a ciência dscobre que não é só uma questão de pigmento, a melanina, e das céulas que a produzes, o melanócito. Ë uma questão de dano solar e de envelhecimento da pele num sentido mais global.
Fatores genéticos:
Se o sol é considerado o maior causador do melasma, por que nem todas as pessoas que se bronzeiam apresentam esta condição?
A resposta é simples (ou não): genética. Como muitas e muitas doenças na Medicina, os fatores genéticos estão por trás das explicações.
Escutamos frequentemente que peles escuras têm maior chance de ter melasma. Isto não é verdade. Mesmo pacientes com peles muito claras de fato também podem apresentar este problema.
Fatores hormonais:
Os hormônios foram por muito tempo considerados os grandes vilões do melasma. Hoje em dia, seu impacto sobre a doença foi minimizado. Os contraceptivos orais (pílulas anticoncepcionais) e outros métodos contendo hormônios, tradicionalmente culpados pelo seu surgimento, foram amplamente estudados e os últimos estudos científicos mostraram que sua interrupçãoo não resultou em melhora das manchas em muitos casos.
Na gravidez, temos sim um aumento da incidência do melasma, mas também de outras manchas escuras. O escurecimento das aréolas, mamilos, linha central da barriga denota uma tendência maior ao escurecimento da pele nesta fase de vida da mulher, bem como de outras manchas.
Tratamento:
O tratamento do melasma é desafiador. Além da dificuldade em clarear as manchas em si, existe a dificuldade de mantê-las claras. Sua natureza é ser crônico e recorrente, ou seja, vai e volta. Ainda não se descobriu uma cura. Nem se sabe ao certo uma maneira efetiva de como controla-lo. Talvez a resposta seja evitar o sol de maneira definitiva, mas sabemos que isso não é possível. O sol em moderaçãoo é importante para outros aspectos da nossa saúde. Outro aspecto difícil é quando conseguimos um clareamento bem sucedido, não há garantias que as manchas não voltarão mais. Ao contrário, elas costumam voltar se houver novo contato com o sol. Então o que fazer? Como controlar esta condição?
Uma única certeza é devemos consultar um dermatologista habilitado. Promessas milagrosas contra o melasma não existem. O tratamento deve ser individualizado e não indicado por amigos, blogueiros e profissionais não capacitados. O risco de tratamentos muito agressivos e intempestivos podem provocar a piora e, tragicamente, sua permanência por período definitivo. Ainda hoje, a primeira linha de tratamento se baseia em produtos aplicados em casa. E exige paciência e disciplina. Procedimentos devem ser realizados com cuidado e delicadeza. A associação de tratamentos pode ser uma solução mais abrangente.
- Filtro solar:
O filtro solar é um passo fundamental no tratamento. Não existe tratamento sem proteção solar. E ela deve ser rigorosa. Pdemos utilizar o clareador mais potente que existe. Ele não vai funcionar sem filtro solar. O filtro é a maneira mais efetiva de evitar o rerorno das manchas após seu controle.
Sabemos atualmente que os filtros físicos (contendo dióxido de titânio, óxido de zinco e óxido férrico) são melhores que os apenas químicos para o melasma. Os filtros com cor (ou seja, com óxido férrico) reduzem significativamente sua recidiva no verão, comparando com filtros da mesma potencia, porém sem cor, conforme literatura científica. E devem ser reaplicados. Sua duração não cobre a extensão do dia, não importa o que esteja escrito na embalagem. Sem contar que vão perdendo a eficácia conforma passam as horas. E saem mais rápido ainda com o suor.
Chapéus, bonés, viseiras e guardassois são aliados nesta luta, mas não substituem de forma alguma o uso do filtro solar.
- Fórmula tríplices de Kligman
Os clareadores são os principais medicamentos utilizados. Dentre eles, de acordo com os estudos científicos, o mais eficaz é a tradicional fórmula tríplice de Kligman. Consiste em uma mistura de hidroquinona, retinóides e corticoide. É considerada há anos como o tratamento padrão ouro para este tipo de problema. Talvez por incluir o ácido retinoico, que é também um tratamento poderoso para o envelhecimento, os resultados costumam ser superiores em relação a outros clareadores. Seria esse o tratamento perfeito? Ainda estamos longe! O grande problema é que muitas pessoas são sensíveis a estes componentes, que podem irritar a pele. Além disso, o fato de conter corticoides também é um limitador do uso, pois não podem ser aplicados por um período longo e contínuo. Atenção: esta fórmula é um medicamento e só pode ser prescrita por um médico!
A hidroquinona utilizada sozinha também já foi amplamente estudada. Recentemente, ela foi alvo de polêmicas quanto a sua segurança. O fato é que em mãos de dermatologistas capacitados, é uma arma efetiva, poderosa e com efeitos colaterais controláveis.
- Outros agentes tópicos:
Ácidos como glicólico, azelaico, kójico e tranexâmico são menos irritativos que o retinóico, que podem ser adicionados ao tratamento.
Arbutin, resorcinol, vitamina C, niacinamida, resveratol, cisteamina são ativos considerados alternativas seguras, porém menos potentes. Alguns estão presentes em cosméticos que não precisam de receita médica. Mesmo assim, procure orientação antes de usá-los.
- Peelings
Peeling é um tratamento com ácidos concentrados, aplicados na pele em um determinado momento, que promovem a escamação e renovação da mesma. Os resultados variam de pessoa para pessoa, muitas vezes levando a uma melhora das manchas. Mas nem sempre. Se forem muito agressivos, podem até mesmo piorá-las.
- Lasers
Tratamentos com lasers foram muito promissores quando surgiram, e podem ter benefícios. Mas existe um risco de piora. Todo o tratamento que gere uma agressão pode trazer maior pigmentação na recuperação.
- Tratamentos orais
O ácido tranexâmico é um tratamento relativamente novo que se demonstrou eficaz em estudos recentes. Seria maravilhoso, se não fosse o risco teórico de potencial trombogênico. Ainda carece de observação.
Os fotoprotetores orais, são antioxidantes que podem auxiliar no combate e prevenção de recidivas do melasma. Os principais são polipódio leucotomos, picnogenol, resveratrol, licopeno, betacaroteno e pomegranade.
A associação destas ferramentas de tratamento deve ser orientada pelo seu dermatologista. E lembre-se: persistência, disciplina e paciência são a chave do suesso terapêutico.